Câncer de mama aos 26 anos
Oi galera. Me chamo Monique, tenho 32 anos, sou enfermeira e trabalho atualmente como professora universitária. Em setembro/11 (com 26 anos), descobri o câncer de mama.
Senti uma coceira no seio esquerdo e, ao palpá-lo, senti um nódulo na parte superior dele. No outro dia, marquei ginecologista. Chegando no consultório, o médico me tranquilizou, dizendo que provavelmente seria benigno, por conta da minha idade. Me encaminhou para uma ecografia mamária.
Dois dias depois, realizei a ecografia. Levei o resultado para o ginecologista e ele me solicitou uma mamografia (realmente não sei por que ele não solicitou as duas as mesmo tempo).
Realizei a mamografia menos de 1 semana após e, ao ler o resultado, entrei em desespero. Dizia que a minha lesão era altamente suspeita e classificava ela em BI-RARDS 5. Fui direto ao ginecologista levar o resultado, mas com pouca esperança. Quando ele viu o resultado, vi pela expressão dele que não se tratava de coisa boa. Ao mesmo tempo, ele ligou para um médico mastologista e marcou consulta pra mim. Saí dali desolada.
Ao chegar em casa, fui direto para internet procurar o que era BI-RARDS 5. E o que eu li era realmente o que eu esperava…95% de chance de ser câncer de mama. Depois disso, passei a tarde chorando…
Minha mãe chegou em casa e, ao ver meu desespero (mesmo não acreditando no que eu tinha lido), decidiu procurar outro mastologista (já que o meu tinha sido marcado para a próxima segunda, sendo que era terça-feira).
Fomos eu, minha mãe e a minha tia para consulta. A mastologista disse que a minha mamografia foi muito mal feita. Ela não iria repetir…iria me encaminhar direto para biópsia. No mesmo dia, realizei a biópsia e, pela cara do médico que realizou o procedimento, já tinha certeza que estava com câncer. Tive que esperar 6 dias até o resultado (com certeza foram os piores dias da minha vida…mesmo todo mundo tentando me acalmar e dizendo que ia dar tudo certo, eu sabia que não).
Cheguei no hospital para pegar o resultado e eu mesma tive que fazer isso. Peguei o exame e, quando abri, dei de cara com as palavras: CARCINOMA DUCTAL INFILTRANTE. Tudo que eu não queria ler, era carcinoma e infelizmente isso estava ali. Minha mãe e minha tia não acreditaram em mim, disseram que eu não era médica e não entendia de nada. Mas eu, como profissional da saúde, sabia que eu estava com câncer.
Depois de pegar o resultado, fomos até o consultório e fiquei mais de hora esperando a consulta. Finalmente fui chamada…os médicos começaram a explicar como seria o tratamento e como tudo ia ser a partir daquele dia. Eu, a mais forte de todas, permaneci tranquila. Já a minha mãe, desabou a chorar. Pobrezinha, não queria nunca que ela tivesse passado por isso. Ela, que teve tantas dificuldades para me ter, não merecia estar passando por isso. Chegou a dizer que rasparia o cabelo junto comigo…mas eu a convenci do contrário.
Meu tratamento foi composto por 8 sessões de quimioterapia, cirurgia (quadrantectomia), 33 sessões de radioterapia, 18 aplicações de Herceptin e 10 anos de uso do Tamoxifeno.
Após 1 ano do término das quimioterapias, casei com o amor da minha vida, com aquele que sempre esteve do meu lado, em todos os momentos.
Após 3 anos do fim das quimioterapias, fui liberada para engravidar. Retirei o DIU de cobre que usava e parei de tomar o tamoxifeno. Pra minha surpresa, em 5 meses eu engravidei…a minha maior benção, o meu maior presente estava a caminho. Hoje tenho o Lorenzo, que tem 1 ano e 4 meses.
Monique Eva Vargas
Enfermeira
São Leopoldo, RS