Uma história ATÍPICA, mas de muito amor, fé e superação

Então chegou a minha vez de compartilhar minha trajetória com relação ao câncer de mama… Certamente, você que está aqui percorrendo seus olhos nessas palavras, nessas linhas que escrevi deve estar pensando que eu vou relatar minha história descrevendo os procedimentos e tal, tal, tal… declaro que não, não e não.

Eu sou a mulher que foi diagnosticada aos 40 anos de idade, no ano de 2013, com câncer de mama, tipo HER2+ com 7,5cm de massa tumoral, sem metástases. E que conseguiu desmanchar toda a massa tumoral após a 4a quimioterapia, conforme resultados. Uauuu, bravoooo!

Em 2015, a célula tumoral se manifestou no mesmo local após seis meses sem medicação, já que não havia me acertado com a medicação tamoxifeno. Então foi feita a cirurgia de quadrante. Quando pensei que estivesse tudo bem, a doença em 2016 retornou e agora pior, com metástases bem acentuadas pelo corpo todo… Mas não estou aqui para passar sentimento de tristeza e sim, de emoção, de alegria e de superação… Então, continue aqui me lendo…

Em 2016, decidi ser cuidada, sim, digo cuidada porque é assim que me sinto desde que me tornei paciente de mulheres assertivas e eficazes na área da medicina… Minha mastologista me encaminhou para minha oncologista… Lembro-me como fosse hoje ao entrar na sala do consultório de minha médica oncologista, eu – muito sensível que sou – avistei uma luz radiante em torno do corpo dela… Ao ler os resultados dos meus exames, com sorriso, brilho no olhar e com vibração amorosa em sua voz, me disse: “És HER2+ tens isso a favor de ti” (mais ou menos foram essas palavras, ou pelo menos foi o que eu escutei! rs). Não entendi muito bem… Como assim? Será que havia algo a favor de mim naquele momento, quando eu mal conseguia respirar e caminhar?

Com pensamento positivo e muita fé e força de vontade que sempre tive de me superar, me agarrei no feixe de esperança que tinha e comecei o tratamento… Incrível foi que na primeira quimioterapia que o seio desinchou totalmente, com as mãos já não se percebia nada… Os nódulos do pescoço também desmancharam… A tosse diminuiu… As dores também… Menos pesado ficou para respirar… E veio a segunda quimioterapia…

Prefiro não relatar quantas quimioterapias eu fiz, porque foi o mínimo possível que possas imaginar, mas foi o bastante para que o meu corpo reagisse e entrasse em processo de controle – DOSE CERTA!

Já sei, você deve estar se perguntando: E qual é mesmo a dose certa? A dose certa… seu médico junto com você decidirá o passo a passo do tratamento. CONFIE! O que parecia impossível se tornou realidade… Os PET-CT foram sendo realizados e as respostas cada vez melhores… Passaram-se seis meses e as respostas: “regressão total… regressão total… diminuiu expressivamente… diminuiu…”. Passaram-se doze meses e as respostas: “regressão total… regressão total… diminuiu expressivamente em 60-70%, diminuiu…”. E passaram-se dezoito meses e as respostas: “regressão total… regressão total… fraturas dos arcos costais consolidados, diminuiu totalmente, diminuiu mais ainda…”

Nesse período todo de tratamento, fiz diversas práticas integrativas que envolvem música, pintura, cores, hipnose, artes… E, enfim, quase completando vinte e quatro meses, dia 24 de setembro foi feito novo PET-CT (vou fazer uma coleção deles -risos!), e veio os resultados da VITÓRIA, excelentes!

O que concluo? Concluo que o MELHOR tratamento está na forma como cada médico CONDUZ a medicação de forma ÚNICA a cada paciente, bem como sua forma de relacionar-se com seus pacientes.

– O pedido que faço aos médicos? Tratem seus pacientes com carinho e empatia e principalmente que trate cada um como único; sou uma sortuda!
– A mensagem que deixo a você que é familiar do paciente? Acompanhe-a regularmente em cada consulta, em cada exame, em cada procedimento; imprescindível para a melhora do paciente.
– A mensagem que deixo a você que está passando por tratamento? É que tenha fé, acredite, porque tudo é possível quando a gente crê. Pense positivo! E exerça, simultaneamente, práticas de terapias integrativas, pois nosso médico trata, cuida, cura SIM nosso corpo físico, mas também temos de tratar de nossa saúde mental, emocional e espiritual de maneira integrativa.

Não tenho palavras para agradecer minha oncologista que eu amo de todo o meu coração, ela tem o melhor remédio do mundo para tratar seus pacientes: AMOR…

Amor à vida… Amor ao próximo… Amor à profissão!

Taí nossa Vitória…!

Vilmabel Soares
Arteterapeuta e escritora
Rio Grande, RS